sexta-feira, 13 de junho de 2008

Sexta-feira 13


Bom, hoje é um daqueles dias em que o menos supersticioso sai de casa com um pé atrás.... ou os dois...

Particularmente, eu gosto desse dia...

Porém, não quero aqui tratar de mitos e superstições, mas sim do medo que temos de nós mesmos e consequentemente de nossos desejos...

Quantas vezes deixamos de fazer algo simplesmente por medo de não dar certo???

Ao meu ver, a resposta é clara: todos os dias... desde os acontecimentos irrelevantes até os mais importantes...

Enfim, cada um que tire suas conclusões...
e cuidado...


"Acredito que se um homem vivesse a sua vida plenamente, desse forma a cada sentimento, expessão a cada pensamento, realidade a cada sonho, acredito que o mundo beneficiaria de um novo impulso de energia tão intenso que esqueceríamos todas as doenças da época medieval e regressaríamos ao ideal helénico, possivelmente até a algo mais depurado e mais rico do que o ideal helénico. Mas o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio. A mutilação do selvagem sobrevive tragicamente na autonegação que nos corrompe a vida. Somos castigados pelas nossas renúncias. Cada impulso que tentamos estrangular germina no cérebro e envenena-nos. O corpo peca uma vez, e acaba com o pecado, porque a acção é um modo de expurgação. Nada mais permanece do que a lembrança de um prazer, ou o luxo de um remorso. A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos-lhe. Se lhe resistirmos, a nossa alma adoece com o anseio das coisas que se proibiu, com o desejo daquilo que as suas monstruosas leis tornaram monstruoso e ilegal. Já se disse que os grandes acontecimentos do mundo ocorrem no cérebro. É também no cérebro, e apenas neste, que ocorrem os grandes pecados do mundo".

Oscar Wilde, in 'O Retrato de Dorian Gray'

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